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Santa Catarina tem maior alta de casos da Covid-19 desde o início da pandemia

Foram 4,8 mil confirmações em 24h, superando os picos registrados no fim de agosto; Florianópolis passa a figurar como região mais crítica, mesmo com menos casos que Joinville

Última atualização: 2020/11/11 7:08:18

Aglomerações registradas em contexto de feriados e grande fluxo de pessoas são consideradas o principal fator para a alta, segundo especialistas da Secretaria de Saúde – Foto: Reprodução/TikTok


O boletim epidemiológico desta terça-feira (10) apresenta um dos números mais críticos desde o início da pandemia do novo coronavírus em Santa Catarina. Foram confirmados 4.886 casos em 24h, a maior alta diária até então, ultrapassando os 4.712 casos confirmados no dia 29 de agosto.

Aglomerações registradas em contexto de feriados e grande fluxo de pessoas são consideradas o principal fator para a alta, segundo especialistas da Secretaria de Saúde – Foto: Reprodução/TikTok

Além desta data, só houve uma alta significativa, registrada no dia 31 de agosto, que ocorreu em virtude de problemas técnicos nos bancos de dados e contabilizou mais de 30 mil confirmações em um só boletim.

A informação da Secretaria de Estado da Saúde é que a alta trata-se de um reflexo das aglomerações que ocorreram nas últimas semanas, sem outras influências, como mudanças nos dados computados ou a contabilização de uma grande remessa de testes para o Lacen (Laboratório Central de Santa Catarina).

“Não há conexão, infelizmente, com outro problema, é uma alta de casos mesmo. Sabíamos que teríamos a dita segunda onda, mesmo mal saindo da primeira. Mas não esperávamos tão cedo, a expectativa é que demorasse mais uns dois meses”, relata a Superintendente de Vigilância em Saúde, Raquel Bitencourt.

A profissional da saúde também afirma que as aglomerações “certamente tiveram uma influência muito grande” nesse dado. Trata-se de um reflexo do comportamento registrado nos feriados, simbolizados, por exemplo, pelos vídeos e fotos de aglomerações na Praia do Rosa no primeiro dia de novembro.


Baixo índice de isolamento social

Segundo a plataforma In Loco, que mapeia 1,5 milhão de catarinenses via smartphone, 37,7% da população cumpre o isolamento social, refletindo o comportamento de segunda (9). O índice supera a média nacional, de 37%, e deixa o Estado na 13ª posição no ranking do quesito.

Além disso, com estes números, o Estado de Santa Catarina totaliza 280.541 contaminados pela Covid-19 desde março, com 263 mil (93%) já recuperados, índice que teve retração nas últimas semanas.

As vítimas fatais são 3.243, com 12 sendo incluídas nas últimas 24h, e deixam o índice de letalidade em 1,16%, o menor do país. Proporcionalmente, são 3.915 contaminados e 45,3 mortos a cada 100 mil catarinenses.

O maior número de casos ainda é em Joinville, que concentra mais de 25 mil casos, mas a Capital segue logo atrás, beirando 24 mil casos, e já tendo o entorno da Grande Florianópolis considerado o epicentro da nova onda para alguns especialistas.


Confira os municípios com mais casos:

Joinville: 25.484

Florianópolis: 23.999

Blumenau: 15.864

São José: 13.753

Palhoça: 9.737

Itajaí: 9.421

Balneário Camboriú: 9.055

Criciúma: 8.875

Chapecó: 8.076

Tubarão: 6.729

Razões para o contágio

Além das campanhas eleitorais, que estimulam a circulação de pessoas nas ruas, a professora Eleonora D’Orsi, que atua no Departamento de Saúde Pública da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), ressalta que outra questão preocupante é a aproximação do verão e da alta temporada.

“Junta eleições com véspera de temporada de verão, dá o combo perfeito para a explosão da pandemia”, afirmou a professora, em entrevista ao nd+.


Mudança no panorama de risco e novas políticas

A alta não estava nas projeções mais pessimistas das autoridades de saúde. A Secretaria de Estado da Saúde deve atualizar o mapa a partir desta quarta-feira (11).

No mapa atual, a região da Grande Florianópolis é a única que está com o sinal vermelho na medição, com risco potencial gravíssimo.

O restante fica com risco grave, o segundo mais crítico da escala, e quatro exceções estão com risco alto, o terceiro da escala: Meio-Oeste, Oeste, Alto Uruguai Catarinense e Carbonífera.


Mais casos, menos leitos

Em ascensão, o índice de ocupação das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) bateu 70,3% do boletim desta terça (10). São 995 leitos ocupados de um total de 1.416 ativos, sendo 321 ocupados por pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19.

Nesse contexto, apesar de serem 421 leitos livres, quatro unidades estão com todos os seus leitos lotados:

Hospital Regional do Alto Vale, em Rio do Sul

Hospital Regional Helmuth Nass, em Biguaçu

Materno Infantil de Santa Catarina, em Criciúma

Maternidade Darcy Vargas, em Joinville

Somente o primeiro possui um paciente da Covid-19, ao passo que todos os outros sofrem com lotação em virtude dos 674 pacientes que estão internados com outras enfermidades.

O fenômeno pode ser explicado, em alguns casos, por liberações das cirurgias eletivas, que ficaram represadas há meses com decretos estaduais e municipais.

Aglomerações registradas em contexto de feriados e grande fluxo de pessoas são consideradas o principal fator para a alta, segundo especialistas da Secretaria de Saúde – Foto: Reprodução/TikTok

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