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O que é agricultura regenerativa?

Agricultura regenerativa é um modelo agrícola que defende a possibilidade de produzir e recuperar a terra e o meio ambiente simultaneamente. Esse modelo visa melhorar a saúde do solo e promover a biodiversidade durante a produção de alimentos nutritivos, priorizando práticas de saúde do solo e gestão da terra que são adotadas na agricultura moderna.

Última atualização: 2023/05/03 11:30:42

A agricultura regenerativa trata-se de um modelo agrícola que defende a possibilidade de produzir e recuperar a terra e o meio ambiente simultaneamente. Sendo assim, os sistemas agrícolas regenerativos visam melhorar a saúde do solo e promover a biodiversidade durante a produção de alimentos nutritivos.

A agricultura regenerativa é um termo criado pelo agricultor americano Robert Rodale, em 1983, que faz referência às necessidades de restabelecer os recursos naturais em áreas de grande intensidade agrícolas.

Sendo assim, esse modelo agrícola defende que é possível produzir ao mesmo tempo em que se recupera a terra e se preserva o meio ambiente, por meio da restauração de áreas degradadas, conservação de espécies animais e aumento da captura de carbono no solo.

Em resumo, os sistemas regenerativos visam promover a melhora do solo e da biodiversidade enquanto produzem alimentos nutritivos de maneira lucrativa. Contudo, a agricultura regenerativa tem como base a agricultura orgânica, porém prioriza as práticas de saúde do solo e gestão da terra que são adotadas na agricultura moderna. Nesse sentido, possui as seguintes características:

Rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais de uma cultura no mesmo solo; Adoção de plantas de cobertura; Diminuição de arado no solo; Manutenção de plantas na pastagem; Redução do uso de fertilizantes e defensivos; Promoção do bem-estar animal; Incentivo de práticas justas de trabalho para os agricultores.

 

QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA AGRICULTURA REGENERATIVA?

Em síntese, a agricultura regenerativa é composta por cinco princípios básicos:

  1. Solo: Contribuir para a construção de solos férteis e saudáveis por meio de ações como: Cobertura de solo durante o ano todo a fim de evitar a degradaçãoe erosão; Manter forragem e material de pastagem; Diminuir perturbações com aração e revolvimento do solo; Redução do uso de fertilizantesquímicos e pesticidas; Preservação das raízes vivas das culturas perenes; Utilização de espécies arbóreas.
  2. Biodiversidade: Aumentar a preservação da biodiversidade no sistema através da utilização de espécies-chave para controle de pragas e doenças, a partir das seguintes práticas: Incorporação de gado na produção de cultura; Não uso de organismos geneticamente modificados; Uso de técnicas de agricultura regenerativa como agrofloresta e agrossilvicultura.
  3. Água: Otimizar o uso de recursos renováveis, enquanto minimiza-se o uso de recursos não-renováveis, atuando das seguintes formas: Retenção de água nas plantas para criar um microclima local; Redução do uso de fertilizantes químicos e pesticidas; Minimização do uso de irrigação e escoamento da água limpa para segurança rural; Uso de matéria orgânica para manter a umidade do solo e melhorar a retenção e infiltração da água.
  4. Socioeconômico: Manter o equilíbrio sustentável em todas as esferas socioeconômicas, considerando alguns pontos fundamentais: Produção de alimentos consorciados que possam garantir segurança alimentar para as famílias dos agricultores; Empoderamento das mulheres que trabalham no campo; Criação de condições favoráveis para apoiar as próximas gerações na permanência do meio rural; Preparação das comunidades locais para proteção e melhoria do meio ambiente e bem-estar.
  5. Ambiental: A agricultura como a chave para resolver problemas ambientais por meio das seguintes ações: Reflorestamento de áreas desmatadas; Restauração das pastagens; Apoio às necessidades alimentares globais; Eliminação das emissões de gases de efeito estufa; Sequestro e armazenamento de carbono; Manutenção de matéria orgânica acumulada no solo para o enfrentamento de secas; Auxílio as economias locais; Estudo do conceito de agricultura indígena.

 

COMO SURGIU A AGRICULTURA REGENERATIVA?

A agricultura regenerativa foi criada nos anos 80 por um americano chamado Robert Rodale, fundador do Rodale Institute. Seu intuito foi basicamente recuperar o conhecimento indígena sobre práticas baseadas na natureza e conectá-lo ao conhecimento científico para realizar produções agrícolas em escala sem causar danos ao meio ambiente a longo prazo.

Na década de 1980, os produtores de milho e soja do centro-oeste dos Estados Unidos estavam passando por uma crise agrícola causada pelo declínio do desempenho do solo.

Então, para enfrentá-la, os agricultores tiveram que reduzir o arar do solo e utilizar culturas de cobertura para tentar recuperar a terra. Nessa mesma época, produtores convencionais começaram a produzir alimentos orgânicos, incrementado o volume de produtos.

Diante desse cenário, Robert Rodale deu um passo à frente na agricultura orgânica, cunhando o termo “orgânico regenerativo”. Essa abordagem holística da agricultura se baseou nos princípios da agricultura orgânica (iniciada em 1940) em conjunto com práticas de saúde do solo e gestão da terra que imitam a natureza.

Contudo, o conceito da agricultura regenerativa ficou ligado à possibilidade de produzir recuperando os solos. Sua proposta tem o objetivo de promover a regeneração e manutenção de todo o sistema de produção agrícola, incluindo as comunidades rurais e os consumidores.

Sendo que, essa regeneração da agricultura deve levar em conta, além dos aspectos econômicos, as questões ecológicas, éticas e de igualdade social.

 

AGRICULTURA REGENERATIVA NA REGIÃO E NO ESTADO CATARINENSE

No Brasil temos várias inciativas de produção sustentável e a agricultura regenerativa ganha espaço e muitos admiradores. Há uma tendência forte entre alguns agricultores, técnicos e profissionais de educação agrária de que esse é o caminho de produção limpa, baixo custo e rentabilidade.

Dias atrás tivemos um evento importante em São Miguel do Oeste com a participação de técnicos e agricultores. Tivemos diversas palestras e depoimentos com ações práticas e que motivaram muito os participantes.

Em julho teremos outro evento em Chapecó com a participação de várias lideranças e profissionais que adotam essa técnica de produção focada na “agricultura regenerativa”.

Na próxima edição da coluna de olho no campo vamos aprofundar o tema. Convidamos todos para compartilhar e debater o tema.

 

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