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SANTA HELENA SEDIOU O PRIMEIRO SEMINÁRIO REGIONAL DE AGROECOLOGIA

O município de Santa Helena - SC foi o palco do primeiro Seminário Regional de Agroecologia

JOSÉ CLÓVIS MOREIRA

Última atualização: 2023/06/01 8:59:23

O município de Santa Helena – SC foi o palco do primeiro Seminário Regional de Agroecologia. O evento sempre ocorria de forma estadual, porém, com a diminuição de público devido à distância até a capital do estado, optou-se por realizá-lo de forma regionalizada.

A agroecologia é um tema atual e que o seminário aconteceu no dia 19 de maio, na Linha Cantina, no interior de Santa Helena no Extremo Oeste Catarinense. O evento foi prestigiado por mais de 100 agricultores (as), técnicos, lideranças locais e regionais.

O seminário iniciou as 9:00 horas e contou coma  seguinte programação: de manhã teve duas palestras sobre SPDH – Sistema de Plantio Direto de Hortaliças com o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Epagri de Florianópolis o senhor Marcelo Zanella. A segunda palestra sobre SAF – Sistema Agroflorestal e o Projeto Asas realizado por um agricultor de São João do Oeste. Ainda tivemos o depoimento do agricultor de Santa helena que contou um pouco da sua história na evolução da agroecologia para a agrofloresta em sua propriedade.

Ao meio dia teve almoço gratuito e na parte da tarde os participantes foram até a propriedade da família Comin para participar de atividade em uma agrofloresta, onde foram realizadas quatro mini oficinas. Uma delas será sobre a agrofloresta e as outras serão sobre a produção de alimentos orgânicos, preservação e conservação do solo, produção de alimentos saudáveis com horta simples e ainda sobre a importância das abelhas para o sistema agroflorestal.

N avaliação da maioria dos participantes consideraram o evento altamente positivo pelos temas abordados e que são extremamente importantes para fortalecer a agroecologia, que consiste na produção de alimentos mais saudáveis, sem uso de tantos agroquímicos e outros insumos que prejudicam a meio ambiente e a saúde das pessoas.

Essa ideia de voltar a produzir alimentos como antigamente, quando a saúde da população era muito melhor, sem tantos alimentos industrializados. Lembramos que essas práticas agroecológicas são importantes para produzir alimentos saudáveis e de fácil manejo dentro da propriedade. Entre essas práticas destacamos: sistema agrofloresta, produção e hortaliças e outros produtos na palhada, conservação do solo e água e sistema agroflorestal.

OQUE É UMA AGROFLORESTA

Um assunto une o que acontece nas fazendas e o que passa nas televisões de todo o país: a agrofloresta. O sistema é visto como um dos caminhos para a agropecuária sustentável.

Um sistema agroflorestal, ou SAF, é aquele em que o uso e a ocupação do solo em que árvores locais interagem com cultivos de animais, simultânea ou em sequência. Ou seja, é um sistema em que o produtor planta e cultiva árvores, além de produtos agropecuários em uma mesma área, em uma associação dupla.

O mais comum na agrofloresta é cultivar árvores nativas com frutíferas como banana, mamão, jabuticaba, laranja, bergamota, pitaya e outras. Também pode ser cultivado nos espaços entre as árvores culturas como arroz, milho, feijão, amendoim e outras.

 

RECUPERAÇÃO DO ECOSSISTEMA E A AGROFLORESTA

“Os sistemas agroflorestais são técnicas de cultivo agrícolas que associam as espécies de interesse para o consumo humano e também para o cultivo de árvores Esse trabalho é feito dessa forma para integrar os dois tipos de cultivo, já que foi assim que a natureza o fez para desenvolver todas as espécies que a gente conhece”, explicou o biólogo e agroflorestor Murilo de Lima Arantes.

Fazer essa integração é um caminho também de regenerar o solo, já que funciona de forma parecida com a natureza. A principal vantagem do sistema é exatamente conseguir recuperar a fertilidade dos solos, além de diminuir a sua erosão e contribuir com a conservação da mata nativa.

A terra é protegida pelas árvores, o que ajuda na absorção de água e também do nitrogênio. O último ponto tem efeito direto na nutrição do solo o que, mais tarde, se torna também nutrição do pasto. “A ideia é que a partir destas práticas, seja possível fixar mais carbono, segurar a água melhor no solo e trazer a biologia do solo de volta”, disse Murilo. As árvores têm impacto positivo na absorção do carbono e do metano produzido pelo gado, compensando o dano.

 

PECUÁRIA REGENERATIVA

A presença de árvores nativas é um ponto positivo também O SAF pode se desenhar de diversas formas: como a integração lavoura-pecuária (agropastoril) ou a integração pecuária-floresta (silvopastoril). Na primeira, lavouras não madeireiras são plantadas em volta ou junto do pasto. A segunda é mais vista no Brasil, com a convivência entre o pasto e árvores nativas.

Para o bem-estar bovino, elas produzem sombra e também ajudam a diminuir a temperatura do ambiente. As agroflorestas também ajudam e mantêm o pasto mais nutritivo. Com isso, há um uso mais eficiente da terra, e os animais ficam ainda mais “carbono zero”.

Na agrofloresta se  aproveita tudo o que as plantas oferecem, desde a poda das árvores para adubar o solo e com isso o solo se regenera e a matéria orgânica aumenta, proporcionando maior produtividade de forma sustentável e diminuindo os custos de produção, evitando o uso de insumos externos a propriedade.

Na nossa região temos algumas inciativas e exemplos de sucesso no sistema agroflorestal como em Guaraciaba, Santa Helena e São João do Oeste. Após o seminário regional de agroecologia muitas famílias demonstraram interesse em adotar essas práticas e possivelmente em poucos anos teremos um crescimento bom de propriedades com agroflorestas. Maiores informações podem ser adquiridas nos escritórios municipais da Epagri, prefeituras e outros órgão ligados a produção sustentável.

 

 

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