Análise realizada pelo Observatório da entidade revela que houve ainda retração de R$ 3,4 bilhões na produção industrial, diminuição de R$ 3,1 bilhões nas vendas no mercado interno e redução de R$ 327 milhões nas exportações industriais do estado. O levantamento mede os impactos após o início do período de isolamento
A crise do coronavírus já custou 165 mil empregos na
indústria de Santa Catarina. Esse número representa uma redução de 21% na
quantidade de trabalhadores formais no setor, que fechou 2019 com 786 mil
empregados e agora está com 621 mil, mostra pesquisa feita pelo Observatório da
Federação das Indústrias (FIESC), divulgada nesta quinta-feira (16). A análise,
que mede os impactos após o início do período de isolamento, mostra ainda que,
no estado, houve retração de R$ 3,4 bilhões na produção industrial, diminuição
de R$ 3,1 bilhões nas vendas no mercado interno e redução de R$ 327 milhões nas
exportações industriais.
“É uma fotografia dramática, que quantifica o impacto que já
é sentido pelas empresas e trabalhadores. O levantamento mostra como a crise
está desestruturando um estado que estava em crescimento e deixa claro que é
necessário que as medidas de apoio ao setor produtivo precisam ser mais
objetivas”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Passado um mês
do início da crise, uma série de pleitos encaminhados pela indústria buscando a
sobrevivência das empresas e a manutenção dos postos de trabalho segue sem
respostas”, acrescenta. Aguiar se refere a questões como a postergação e
parcelamento do recolhimento do ICMS e das faturas de energia elétrica.
O levantamento informa que, dos 17 setores consultados, os
mais impactados do ponto de vista do emprego são equipamentos elétricos
(-41,7%), confecção (-41,4%), automotivo (-39%), madeira (31,3%), bebidas
(-29,3%), móveis (27,6%), cerâmica (-27%), construção civil (-23,8%), gráfico
(-23,8%) e produtos químicos (20,9%).
Ainda na análise, as empresas sugerem medidas que poderiam
ser adotadas em âmbito municipal, estadual ou federal para minimizar os
impactos. Entre elas, destacam-se: isolamento vertical (26% dos respondentes),
incentivos fiscais (15,8%), flexibilização do acesso ao crédito (15,3%) e
retorno gradual às atividades (11,5%).
As indústrias também avaliaram as medidas dos governos para
o enfrentamento da pandemia: em relação às ações do governo federal, 62,8%
consideram positivas e 26,6% avaliam como negativas. Quanto ao governo
estadual, 67,4% consideram as medidas negativas e 24,6% avaliam como positivas.
Em relação às ações municipais, 39,3% consideram negativas e 42,4% positivas.
SOBRE A PESQUISA
A amostra da pesquisa é formada por 740 empresas respondentes,
das quais 8,1% são grandes, 37,6% médias e 54,3% pequenas, de 129 municípios
catarinenses.
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