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DÉCADA DE ESPERANÇA E ASCENSÃO PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

Última atualização: 2019/06/14 1:55:42


Os próximos dez anos reservam à agricultura familiar um tempo de ascensão e destaque mundial. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), agência que lidera esforços para a erradicação da fome e combate à pobreza, lançou a Década da Agricultura Familiar entre os dias 27 e 29 de maio neste ano, em Roma.

O evento ocorreu na sede da FAO na capital italiana e reuniu representantes governamentais e de redes mundiais de todos os continentes. O plano que começa em 2019 e termina em 2028 está previsto em documento que norteia as ações para o cumprimento dos objetivos da Década a partir de sete pilares que contemplam prioridades para o desenvolvimento completo e sustentável do setor.

Entre os objetivos específicos se destacam criar um ambiente político propício para fortalecer a agricultura familiar, apoiar jovens, fomentar a igualdade de gênero e o papel das mulheres rurais, impulsionar as organizações de produtores, melhorar a inclusão socioeconômica, a resiliência e o bem-estar dos agricultores, famílias e comunidades rurais, promover a sustentabilidade da agricultura familiar para alcançar sistemas alimentares resistentes às mudanças climáticas. E inovar em favor do desenvolvimento territorial e sistemas alimentares que protejam a biodiversidade, o meio ambiente e a cultura.

A AGRICULTURA FAMILIAR CONTRIBUI PARA A ERRADICAÇÃO DA FOME E DA POBREZA

A agricultura familiar tem um papel fundamental para a erradicação da fome e da pobreza, para a proteção ambiental e para o desenvolvimento sustentável. Há mais de 500 milhões de propriedades agrícolas familiares no mundo. Suas atividades rurais são geridas e conduzidas por uma família e contam predominantemente com mão de obra familiar.

Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), extinto em janeiro deste ano, no Brasil, há mais de 5,1 milhões de estabelecimentos familiares rurais. A renda do setor responde por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário e por 74% da mão de obra empregada no campo.

Dados do último Censo Agropecuário demonstra que a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Além disso, é responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do país e por mais de 70% dos brasileiros ocupados no campo.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 34% do arroz, 58%, do leite, 59% dos suínos, 50 das aves, 30% dos bovinos e 21% do trigo produzidos no Brasil são oriundos da agricultura familiar, sem falar, ainda, na produção de frutas e hortaliças.

AUTORIDADES ACREDITAM MUITO NA AGRICULTURA FAMILIAR

Conforme o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Schwanke, acredita que o plano provocará mudanças nos próximos anos na vida dos agricultores familiares brasileiros. “A década é uma oportunidade para mostrarmos um Brasil rural novo. Um país que superou a fome. Essa é a maior evidência do desenvolvimento da agricultura familiar e da promoção das políticas públicas que fortalecem a produção e aumentam a produtividade, e, consequentemente, a quantidade e qualidade dos alimentos que os brasileiros consomem.”

Por meio da iniciativa da FAO será possível gerar novas práticas agrícolas que ampliam a produtividade das lavouras, que diminuem o trabalho e os esforços dos agricultores no campo. É sinônimo de qualidade de vida, de dignidade. O resultado será sempre muito positivo.

O Papa Francisco contribuiu com a promoção do evento enviando um texto à FAO. O pontífice pontuou que, erradicar a fome, garantir a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover uma agricultura sustentável é um esforço renovado para tornar a agricultura não apenas uma ferramenta para o emprego, mas também para o desenvolvimento do indivíduo e da comunidade. “É necessário dar aos povos uma estrutura adequada que lhes permita libertar-se da fome. Isso será possível caso unam os esforços e trabalhem com determinação e prontidão, como também se tiverem uma abordagem que considere os direitos humanos fundamentais e a solidariedade intergeracional como base da sustentabilidade”.

Esperamos realmente que todas as esferas governamentais apoiem e adotem mais políticas em favor do desenvolvimento e crescimento da agricultura familiar. E não tirar de pauta temas importantes como produção agroecológica e sustentável, recursos do Pronaf, habitação rural, educação do campo e inclusão digital.

CONAB ESTIMA SAFRA DE GRÃOS EM 238,9 MILHÕES DE TONELADAS


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou essa semana seu nono levantamento relativo à safra 2018/2019, que estima a produção brasileira de grãos em 238,9 milhões de toneladas. O volume é 4,9% ou 11,2 milhões de toneladas superior ao colhido na temporada passada.

Segundo a Conab, a área cultivada com grãos deve ficar em 62,9 milhões de hectares e apresentar crescimento de 1,9%, em relação à safra anterior. Os maiores aumentos de área identificados são de soja, 672,8 mil hectares, milho segunda safra, 795,3 mil hectares e algodão, 425 mil hectares.

A Conab estima a primeira safra de milho em 26,3 milhões de toneladas, com crescimento de apenas 1,8%, apesar do recuo de 2% na área cultivada. O destaque é a região Sul, que responde por 45% da produção do chamado milho de verão.

Já a produção de milho segunda safra teve um aumento de 31,1% na produção para 70,6 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pelos incrementos esperados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. A área cultivada também alcançou um acréscimo de 6,9%.

A produção total de milho deverá atingir o recorde de 97 milhões toneladas, representando um aumento de 20,2% em relação à temporada passada, que foi comprometida por problemas climáticos na segunda safra.

O levantamento da Conab estima a safra de soja em de 114,8 milhões de toneladas, volume 3,7% inferior ao colhido na temporada passada. Do total previsto, 78% estão nas regiões Centro-Oeste e Sul. Houve um crescimento de 1,9% na área de plantio.

A produção de arroz está prevista pela Conab em 10,5 milhões de tonelada, 12,9% menor que a safra passada, “principalmente em razão das reduções ocorridas nos estados produtores de destaque: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Tocantins”.

No caso feijão primeira safra houve uma diminuição de 13,2% na área e 22,8% na produção estimada em comparação a 2017/18. O destaque foi para as variações de área no Piauí e no Paraná.

O feijão segunda safra teve 1,47 milhão de hectares cultivados, com destaque para Ceará, Mato Grosso e Paraná, como as maiores áreas plantadas neste período. A produção deve crescer 12,5% para 1,367 milhão de toneladas. O plantio do feijão terceira safra ainda está em andamento, com estimativa de área semeada de 591 mil hectares.

A assessoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) adiantou na terça-feira, dia 11, que o Plano Agrícola e Pecuária da safra 2019/2020 será lançado na próxima terça, dia 18, às 10h30, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Esperamos que venha coisa boa para o meio rural, principalmente para agricultura familiar que representa a maioria das famílias na região sul em especial na região extremo oeste catarinense. Vamos esperar e avaliar na semana que vem.

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