De acordo com Ministério da Agricultura, suspensão atende a acordo sanitário entre Brasil e China. Na semana passada, foi detectado caso da doença em um animal no Mato Grosso.
O Ministério da Agricultura informou nesta segunda-feira (3)
que suspendeu as exportações de carne bovina para a China porque um animal no
Mato Grosso contraiu encefalopatia espongiforme bovina (EEB), a chamada doença
da “vaca louca”.
De acordo com o ministério, a suspensão das exportações
atende a um acordo sanitário entre Brasil e China e é temporária e
“protocolar”. A pasta informou que a medida é “automática”
e está prevista no documento assinado em 2015 com a China, que prevê a suspensão
quando houver algum risco após a detecção de alguma doença. Segundo o
ministério, não há risco sanitário no Brasil (leia nota oficial do Ministério
da Agricultura ao final desta reportagem).
A doença foi detectada em uma vaca de 17 anos, já abatida.
Todo o material “de risco específico para a doença”, informou o
Ministério da Agricultura, foi removido durante o abate e incinerado.
“Outros produtos derivados do animal foram
identificados, localizados e apreendidos preventivamente, não havendo ingresso
de nenhum produto na cadeia alimentar humana ou de ruminantes. Não há,
portanto, risco para a população”, informou.
De acordo com a pasta, mesmo com o caso registrado em Mato
Grosso, a classificação de risco para a doença não será alterada e continuará
como “insignificante” no país.
No começo de maio, uma comitiva brasileira, chefiada pela
ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitou uma série de países
asiáticos.
Um dos principais objetivos da visita era a liberação de
frigoríficos brasileiros para exportar para a China.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras
de Carne (Abiec), a China é principal mercado para carne do Brasil em
faturamento e o segundo em volume (atrás somente de Hong Kong).
Em 2018, os embarques de carne bovina para a China somaram
322,4 mil toneladas e US$ 1,49 bilhão. Os números representam alta de 52,54% e
60,04%, respectivamente, em relação a 2017.
Nos primeiros quatro meses deste ano, as vendas para o
mercado chinês representaram 17,8% do volume total de carne bovina embarcado,
com 95,7 mil toneladas e um faturamento de US$ 442,4 milhões, de acordo com a
associação.
Nota do ministério
Leia abaixo a íntegra de nota divulgada nesta segunda-feira
pelo Ministério da Agricultura:
Nota Oficial
1 – Examinada a notificação da ocorrência pela Organização
Internacional de Saúde Animal (OIE), este órgão determinou hoje (3) o
encerramento do caso sem alteração do status sanitário brasileiro, que segue
como risco insignificante para a doença.
2 – A OIE informou ainda que não haverá relatórios
suplementares sobre o caso.
3 – No caso da China, o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento do Brasil suspendeu temporariamente a emissão de certificados
sanitários até que a autoridade chinesa conclua sua avaliação das informações
já transmitidas sobre o episódio, cumprindo-se, assim, o disposto no protocolo
bilateral assinado em 2015.
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