Governo do Estado determina restrições, como limite de 10% da capacidade do número de alunos em salas de aula nas áreas de risco gravíssimo; Sinepe quer retorno imediato
O Sinepe (Sindicato das Escolas Particulares de Santa
Catarina) vai recorrer hoje à Justiça para imediato exercício das atividades
escolares. A iniciativa é contra a portaria publicada pela SES (Secretaria de
Estado da Saúdena) última sexta-feira (6) autorizando o exercício das
atividades escolares desde que observadas as regras de escalonamento e que seja
de forma gradativa.
O governo do Estado também determinou que nas áreas de risco
gravíssimo, a limitação à capacidade das instituições privadas de ensino a 10%
do número de alunos em sala de aula e restringiu o serviço ao de reforço
pedagógico.
Segundo o Sinepe, a SES descumpriu a determinação do juiz
Jefferson Zanini, titular da 2ª Vara da Fazenda Pública da comarca da Capital,
que no dia 23 de outubro deferiu pedido de tutela provisória em ação civil
pública proposta pelo Sindicato com o objetivo de retomar as aulas em suas unidades
em todo o território catarinense. O que obrigou o Estado autorizar, sob
condições específicas, o ensino presencial da educação básica, extracurricular
e de reforço pedagógico nos níveis de risco potencial gravíssimo.
“O Estado de Santa
Catarina, portanto, descumpriu a ordem judicial porque ao invés da autorização
para que as instituições privadas de ensino estabelecidas em área de risco
gravíssimo executassem plenamente os seus serviços, limitou as atividades
escolares a apenas ‘reforço pedagógico individualizado’”, disse, em nota, o
Sinepe.
Na decisão, o juiz entendeu que existe razoável certeza
científica de que a permanência de crianças e adolescentes em ambiente escolar
dotado de ventilação natural, desde que observados os protocolos sanitários,
não contribui para o agravamento da pandemia.
O magistrado avaliou que órgãos técnicos de saúde liberaram,
com restrições, o desenvolvimento de várias atividades como bares e
restaurantes, academias, centros comerciais, entre outras atividades
econômicas, aulas de ensino superior e
pós-graduação, em quaisquer dos níveis instituídos pela Matriz de Avaliação de
Risco Potencial Regional (gravíssimo, grave, alto e moderado).
“Nessa direção, compreende-se que a proibição do
desenvolvimento das atividades presenciais de ensino de educação básica,
extracurricular e de reforço pedagógico nas regiões de saúde enquadradas nos
níveis de risco gravíssimo e grave fere o princípio da razoabilidade, nos
prismas da isonomia e da finalidade”, pontuou.
O Sinepe reclama que há praticamente oito meses, os
estudantes estão impedidos de frequentar as escolas, e que o prejuízo
educacional não é recuperável ou compensável, principalmente nas fases
iniciais, devido à alfabetização e ao desenvolvimento da criança. O sindicato
disse ainda que é baixa a eficiência das medidas para mitigar os efeitos da
ausência das aulas presenciais (como aulas online e atividades enviadas às
residências).
De acordo com o Sinepe, até o momento, cerca de 20 escolas
particulares já tiveram seus Planos de Retomada aprovados pela prefeitura de
Florianópolis.
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